sábado, 18 de junho de 2011

Itudo: nunca vi, nem comi. Só ouvi falar


Desde o ano passado, a febre dos aparelhos "i" (é assim que chamo os ipads, iphones e itouch) tomou conta do mercado de produtos tecnológicos. As pessoas estão ávidas por ter as mais recentes novidades, a ponto dos apaixonados por tecnologia fazerem fila na loja da Apple pra conseguirem o seu exemplar pioneiro.
Embora eu tenha vontade de possuir pelo menos um desses aparelhinhos (o que não chega nem perto da ânsia de quem vira a noite em loja pra ter um), a minha restrição orçamentária não me permite, ainda, abarcá-los em meu ínfimo orçamento. Então, como muito paciente que sou, optarei ou por esperar o mercado se tornar mais acessível a consumidores de menor renda ou pelo momento em que me tornarei uma consumidora apta financeiramente.

A menos que o governo anuncie o bolsa-tablet. O que não está muito longe, já que cogitaram o bolsa-celular.
Por enquanto, fico com meu ipobre, que me lembra os bons tempos de infância, onde não existia Twitter e Facebook =P

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Shows internacionais: o caro que sai mais caro ainda.


Como vocês todos devem saber, em Abril vivenciei, pela primeira vez, a experiência de um show internacional. Bem, não foi qualquer show, dada a minha enorme euforia expressada diversas vezes antes dos concertos. Não querendo entrar muito no meu fanatismo pelo U2, queria dividir com vocês um pouco dos perrengues que fazem com que o custo dos shows não se restrinja ao valor do ingresso:

1.      1. Custo de Transporte
Embora as rotas de shows internacionais venham se descentralizando no decorrer dos anos, acredito que espetáculos mais grandiosos ainda vão demorar a se aventurar em outras cidades fora do eixo Rio-São Paulo. Infelizmente nosso país ainda patina em termos de infraestrutura  e isso encarece muito o custo de mobilidade dessas grandes produções. Nem sempre a receita cobre os custos adicionais e se cobre a margem de lucro não consegue ser tão satisfatória, logo não preferem arriscar. Resultado: quem arca com custos de transporte somos nós, que utilizamos ônibus ou avião para nos deslocarmos até outro estado e vermos nosso artista favorito.

2.       2. Hospedagem
Pra quem têm parentes ou amigos no lugar da realização do show, isso não vai ser nenhum problema, o custo é zero. Porém, se você não conhece ninguém, ou até mesmo não quer dar trabalho para seus conhecidos (meu caso), o jeito é se hospedar em um hotel mesmo. Acontece que a demanda nessas épocas triplica e a capacidade hoteleira em algumas cidades encontra-se bem limitada. Daí desembocamos, mais uma vez, no problema de infraestrutura, que encarece os preços dos hotéis e deixa a ver navios alguns turistas. Com um pouco de sorte e muita persistência encontrei um hotel com vaga disponível e preço razoável, algo em torno de 115 reais a diária, embora não tenha usufruído inteiramente do quarto pelos motivos que vou citar no próximo item.

3.       3. Fila
Bem, esse é o lado mais subjetivo da coisa, eu diria, porque vai depender muito do seu nível de interesse pela banda, cantor, whatever.  Caso você seja muito fã e valorize muito o artista em questão, você com certeza vai querer um bom lugar pra curtir ao máximo o show. Da mesma forma que você deseja isso, outros milhares também, ou seja, a concorrência vai ser deveras grande pela proximidade do ídolo. O jeito então será encarar no mínimo um dia inteiro de espera na fila. Eu cheguei ao Morumbi às 16h do dia 08/04 (o primeiro show do U2 foi dia 09/04). Durante 22 horas os arredores do estádio foram a minha casa e o hotel serviu mais de hospedagem pra minha bagagem do que pra mim mesma. Muitos vão me chamar de louca, e com razão, afinal, passar horas com a mesma roupa pode indicar um certo grau de insanidade. Porém é aquilo que eu falei no começo: o nível de interesse pela banda conta muitíssimo em uma decisão dessas e o meu é enorme, como sabem. Eu não diria que foi uma loucura tão grande, visto que houve fãs que chegaram do Domingo dia 03/04 (uma semana antes da segunda apresentação). Além disso,  eu não fui sozinha, outros loucos por U2 também se aventuraram junto comigo. Meses de planejamento e organização de esquema de revezamento pra alimentação e banheiro,  atenuaram bastante as dificuldades de se chegar tão cedo. Lembrando que tudo isso vale para as pessoas que optaram por ver o show na pista, quem foi de arquibancada logicamente não precisou passar por todo esse processo.

4.      4.  Volta pra casa
Sem dúvida esse é o fator que torna a conta ainda mais cara. O show foi muito bom, maravilhoso e estupendo. Porém, nos últimos acordes de Moment Of Surrender, a realidade chega a sua frente e te pergunta: Como vamos pra casa (pro hotel, mais propriamente)?
As respostas óbvias seriam: Pega um ônibus ou vai de táxi!
Exatamente, são esses os meios de transporte que pretendemos utilizar. Ou melhor, que 90 mil pessoas pretendem utilizar. Um número grande para uma oferta de táxis e ônibus não tão igualmente grandiosa. Para o show do U2 foram disponibilizados 3 mil táxis com o aval da prefeitura de São Paulo; nesse momento a lei de oferta e demanda atingiu o seu ápice. Resultado: preços exorbitantes. Diante de uma demanda tão aquecida, os taxistas pintaram e bordaram, se negando a usar o taxímetro e cobrando valores fixos que ultrapassavam de forma astronômica o custo de uma corrida habitual. Prática ilegal, cuja punição é o pagamento de uma multa significativa e apreensão do veículo por 10 dias, se não me engano. Mas quem disse que isso inibiu a ação dos assaltantes taxistas? Coloque uma demanda altamente inelástica (para os não economistas, uma demanda que tá disposta a dar até as calças pelo produto ou serviço), adicione a completa falta de fiscalização dos órgãos competentes e você terá como resultado corridas a 150, 250, 400 reais. Infelizmente, eu e meus amigos tivemos de arcar com essa conta salgada. Reconheço que isso ocorre em parte por culpa nossa que aceitamos passivos essa cobrança, quando deveríamos nos negar a utilizar aquele táxi, concordo plenamente. Afinal de contas, menor demanda, menor preço ( preço justo, melhor dizendo ). Mas não só de moral vivia a demanda por táxis naqueles dias. Ônibus lotados até a porta, fome, frio, necessidade de banho e, principalmente, segurança influenciam muito na hora também. 
Pagamos 150 reais de corrida, chegamos em nossos hotéis, tomamos um banho, cochilamos e logo cedo na manhã seguinte estávamos lá pra vivenciar toda a experiência da fila outra vez.

O show é maravilhoso. A emoção de estar perto da sua banda favorita é indescritível. Mas temos de estar cientes dos custos que vêm no pacote e avaliar se a situação na balança é vantajosa ou não.
De uma coisa eu tenho certeza: a minha balança de custo-benefício, apesar de tudo, foi extremamente favorável e espero viver todo esse perrengue outra vez o mais breve possível J








Até a próxima ligação.